Quarta feira, dia de aproveitar os melhores preços na bilheteria e correr no cinema!
Estava dando uma olhadinha numas críticas porque vou hoje assistir VIP´s.
Estreiou aqui no estado nesse último sábado dá uma olhadinha na crítica de Roberto cunha, do site adorocinema.com :
Quem pretende ir ao cinema ligado no trabalho do ator Wagner Moura ou, mais especificamente, conectado com o sucesso de Tropa de Elite 2 deve ficar alerta porque nessa nova produção não existe o menor resquício de Capitão Nascimento e é justamente isso que a transforma num programa interessante.
Na história, Marcelo (Moura) é um jovem criado pela mãe (Gisele Fróes) e demonstra, com a ausência da figura do pai, dificuldades de se encontrar na vida. Personagem de um mundo só seu, mas povoado pelos outros, ele reina absoluto em sua busca por uma identidade, nem que para isso tenha que inventar uma ou, pior, roubar a de alguém.
Inspirado nas experiências do criminoso real condenado por tráfico de drogas que enganou um monte de gente, como a célebre gafe cometida pelo apresentador de televisão Amaury Jr, o longa tem começo, meio e fim bem definidos. E nele você vai conhecer o perfil de um cara que resolveu tomar as rédeas do destino e com a ajuda do acaso, que conspirou a favor, acabou vivendo uma intensa aventura.
É quando Marcelo vira Dumont no Mato Grosso do Sul para depois tornar-se Carrera no Paraguai, transformando-se mais tarde em Henrique Constantino, em pleno carnaval de Recife. Explorando de maneira hábil o constante conflito do personagem, a pergunta que fica é: Quem ele pensa que é?
Dirigido por Toniko Melo, publicitário com experiência em documentários, mas debutante na ficção, o filme foi produzido pelo brasileiro Fernando Meirelles (Cidade de Deus) e bancado pelos gringos do estúdio Universal. O resultado é um produto com apuro técnico na captura das imagens, som e na edição, envolvendo você facilmente na trama ilustrada por boa trilha sonora regada a saudosa banda Legião Urbana.
Destaca-se do filme, inclusive, a divertida passagem em que Carrera solta os bichos interpretando Renato Russo no Paraguai. Das referências sapecadas no roteiro, a forte ligação de Marcelo com a aviação se faz presente no simples confeccionar de uma gaivota de papel, quando foi preso pela Polícia Federal ou na sua vibração durante a primeira decolagem, gritando “Tora! Tora! Tora!” numa clara alusão ao clássico de 1970 sobre o ataque de Pearl Harbor. Curiosamente, uma pequena mancada do longa está numa sequência em que o personagem diz para os amigos traficantes não entender bem o significado de um voo kamikaze. Logo ele que sabe tudo sobre o tema?
De qualquer forma, prepare-se para encarar um roteiro que explora o efeito dominó com um pouco de humor, suspense, drama e apresenta muito daquele cinema de qualidade, cujo objetivo principal é o entretenimento, mas sem deixar de lado a reflexão numa crônica social recheada de metáforas e salpicada de valores rasos típicos da sociedade brasileira. Virulento, intrigante, pertinente e sarcástico. VIPs.